
Imagem de Lucas Miranda por Pixabay
O novo crédito consignado para trabalhadores da iniciativa privada, que utiliza o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) como garantia, registrou um grande interesse logo no primeiro dia de lançamento. Até o início da tarde de 21 de março, mais de 10 milhões de simulações foram realizadas, segundo dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
A modalidade, que promete oferecer crédito com juros mais baixos para cerca de 47 milhões de empregados do setor privado, incluindo empregados domésticos, trabalhadores rurais e contratados por microempreendedores individuais (MEI), entrou em vigor na sexta-feira, 21 de março de 2025.
De acordo com a Dataprev, foram simulados 10.455.920 pedidos de empréstimos até as 13h45. Desse total, 1.122.780 trabalhadores solicitaram propostas, resultando na contratação de 1.244 empréstimos. Todo o processo foi realizado por meio do aplicativo e do site Carteira de Trabalho Digital, que possui 68 milhões de trabalhadores cadastrados.
O Programa Crédito do Trabalhador na Carteira Digital de Trabalho, criado por medida provisória em 12 de março, permite que o trabalhador autorize o compartilhamento de dados do eSocial para contratar crédito com desconto em folha. Essa modalidade pode ser especialmente útil em situações onde se busca usar o saldo do FGTS para a casa própria em 2025.
Com o programa, mais de 80 bancos e instituições financeiras poderão acessar o perfil de trabalhadores com carteira assinada por meio do eSocial, sistema que unifica informações trabalhistas, previdenciárias e fiscais.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) estima que o volume de crédito consignado privado poderá triplicar, passando de R$ 39,7 bilhões em 2024 para mais de R$ 120 bilhões em 2025. A expectativa é que o programa impulsione o crédito consignado para CLT, prometendo juros mais baixos.
A nova modalidade de crédito consignado beneficia diretamente os 47 milhões de trabalhadores formais do país, um contingente que inclui 2,2 milhões de empregados domésticos, 4 milhões de trabalhadores rurais e empregados de MEI.
Como funciona o novo consignado com FGTS
O trabalhador, por meio do aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, simula e contrata o empréstimo diretamente, escolhendo entre as propostas oferecidas pelas instituições financeiras participantes. O valor das parcelas é descontado automaticamente do contracheque, o que reduz a inadimplência e permite juros menores. A grande inovação está na possibilidade de usar até 10% do saldo do FGTS como garantia, além de 100% da multa rescisória em caso de demissão sem justa causa.
O Ministério do Trabalho alerta, no entanto, que a decisão deve ser bem avaliada, especialmente para evitar endividamentos desnecessários. A recomendação é que o consignado seja usado, por exemplo, para quitar dívidas com custos mais altos, como as do cartão de crédito ou cheque especial.