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O Cadastro Único (CadÚnico), sistema fundamental para o acesso de milhões de brasileiros a programas sociais como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), está passando por uma modernização significativa. O Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) anunciou o lançamento de um novo portal de gestão, que irá entrar em operação no dia 17 de março, representando a primeira grande atualização do sistema desde 2010.
A modernização visa automação, integração de dados e reforço na segurança, sem interromper o atendimento nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e outros postos de atendimento. Com mais de 40 milhões de famílias cadastradas, totalizando cerca de 94 milhões de pessoas, o CadÚnico é um pilar das políticas de assistência social no Brasil, e essa mudança busca torná-lo mais eficiente e confiável.
A transição para o novo sistema começou no dia 1º de março, e irá se estender até o dia 16, período em que os serviços presenciais continuaram funcionando normalmente, com alternativas como formulários impressos e cadastros offline. A secretária Letícia Bartholo, responsável pela gestão do CadÚnico, garantiu que os pagamentos de benefícios não serão afetados durante a transição.
O novo sistema utiliza o CPF como chave principal, agilizando cadastros e conectando o banco de dados à Carteira de Identidade Nacional e outras bases biométricas. Isso visa reduzir erros manuais e acelerar a validação de informações, aumentando a segurança do processo. O portal também oferece ferramentas de análise avançadas, como dashboards interativos e relatórios personalizados, que auxiliam os gestores a monitorar cadastros em tempo real.
A modernização inclui ainda uma plataforma de gestão de riscos, com monitoramento constante para identificar atividades suspeitas e proteger os dados pessoais dos beneficiários, reforçando o combate a fraudes no sistema de assistência social.
Benefícios da nova estrutura
A integração de informações entre diferentes bases governamentais é um dos pilares da atualização, trazendo vantagens tanto para os operadores quanto para os cidadãos. Com a automação, o preenchimento de cadastros se torna mais rápido e a verificação de dados, mais precisa. É importante manter seus dados atualizados, pois, conforme noticiado, 6,4 milhões de famílias precisam atualizar dados até fevereiro de 2026.
Nos municípios, espera-se uma economia de tempo e recursos, com a digitalização de processos que antes exigiam longas etapas manuais. A redução da burocracia também deve diminuir filas e esperas nos CRAS, melhorando a experiência das famílias atendidas. O sistema também incorpora tecnologias avançadas para prevenir fraudes cibernéticas, como cruzamento de dados em tempo real e alertas automáticos sobre irregularidades.
Uma das novidades é a possibilidade de realizar cadastros offline em dispositivos móveis, facilitando a busca ativa de famílias em áreas remotas ou sem acesso à internet. O mapeamento georreferenciado também permitirá que os gestores identifiquem regiões com maior necessidade de inclusão.
Com processos digitalizados, o tempo gasto em tarefas administrativas deve diminuir, liberando pessoal para o atendimento presencial. A redução de filas nos CRAS e a precisão nas informações cadastrais elevam o padrão dos serviços oferecidos. A interoperabilidade com sistemas locais e estaduais também está nos planos futuros.
O MDS planeja expandir a integração com outras bases governamentais e está estudando a utilização de tecnologias como inteligência artificial e blockchain para aprimorar a análise de dados e a segurança. Chatbots podem ser introduzidos para atendimento automatizado.